terça-feira, abril 03, 2007

Caos na Maternidade Santa Mônica é discutido na Câmara

A Superlotação e os atendimentos precários nas UTIS neonatal da Maternidade Santa Mônica preocupa os vereadores da Câmara Municipal de Maceió. Durante a sessão desta terça-feira vários vereadores usaram a tribuna para solicitar ações emergenciais do governo do Estado e do Município para sanar o problema.
O tema levada ao plenário pelo vereador Thomaz Beltrão (PT) chamou a atenção dos demais vereadores que defenderam uma política mais efetiva no que se refere à área de saúde e em especial a saúde materno infantil.
A médica e vereadora Fátima Santiago (PP) foi taxativa ao defender a ampliação de programas de atenção básica de saúde como a grande arma na melhoria do sistema. “Quando o governo investe na saúde básica da população ele automaticamente reduz os índices de doença. A saúde preventiva é muito mais eficaz e viável que a curativa”, ressaltou Fátima revelando que hoje apenas 30% da população de Maceió têm cobertura com o Programa Saúde da Família (PSF).
A vereadora alertou ainda que o problema da superlotação e dos índices de mortalidade materno infantil na Maternidade Santa Mônica também são frutos de uma atenção básica precária e principalmente de uma omissão dos municípios na área de saúde.
“A maioria das gestantes que chegam a Santa Mônica, não tiveram um acompanhamento pré-natal e chegam de municípios do interior, onde o parto com parteiras ainda é uma das principais alternativas, e após inúmeras tentativas para um parto normal, a gestante é encaminhada para a Maternidade, muitas já com infecções, devido um atendimento inadequado, nesses casos a sobrevivência dos bebês infectados é muito difícil”, explicou Fátima.
Segundo a vereadora hoje Maceió recebe toda a demando do interior em casos mais graves, o que torna os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) insuficiente para a população da Capital, tendo em vista que os municípios já recebem na maioria dos casos verbas para esse tipo de tratamento. “É lamentáveis mas muitos gestores do interior acreditam que investir em saúde é comprar ambulância para enviar seus doentes para Maceió”, lamentou Fátima revelando que hoje uma criança na UTI tem um custo superior a R$ 1mil por dia.
Já o vereador Eduardo Holanda ao falar sobre o caos na saúde pública lamentou a não construção do Hospital Geral, o que segundo ele hoje seria um referência no sistema de saúde em Maceió. “Isso é conseqüência dos gestores que na época não priorizaram a saúde e desistiram do projeto. Se eles tivessem olhado para o futuro com certeza a nossa realidade hoje seria outra”, finalizou Holanda.


Jade Magalhães